quinta-feira, 15 de julho de 2010

Obsessão: caminho para a solidão.



Existe um momento na vida de todos nós em que sentimos falta de algo. Sentimo-nos incompletos. Para alguns, falta simplesmente dinheiro, para outros, um objetivo profissional, o “amor perfeito” ou, simplesmente, vencer um obstáculo simbólico, como completar uma maratona. Escolher para si um objetivo pessoal, saudável, edificante ou útil é o que tem movido a humanidade para frente há milhares de anos. As pessoas mais eficientes, mais bem sucedidas, quase sempre foram movidas por esta chama interna no sentido de alcançar alguma coisa valiosa, nem que seja um beijo perfeito e apaixonado. Mas é preciso cuidado. Percebam que entre os vitoriosos, existem aqueles que se isolam do mundo, porque transformam seu sonho em obsessão. Para estes, conversar alguns minutos com um amigo é pura perda de tempo, distração inútil. A vitória é tudo, pois acreditam que alcançar aquilo que buscam preencherá toda a sua vida e esta se tornará perfeita. Estes insensatos então formam aquele grupo bizarro de pessoas que, quando conquistam o seu sonho de criança, permanecem infelizes, pois não compreendem que a vida deve ser compartilhada não com o seu objetivo, ou apenas com sua “cara metade” , mas com o universo de pessoas, de amigos verdadeiros, que eles se negaram a alimentar.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Delírios dramáticos

Meu coração sérvio está sangrando! Ah! Como sofri hoje... Nós, sérvios, assim como os italianos, somos muito passionais. Mas para nós, as coisas são ainda piores! Tudo para a Sérvia tem que ser sofrido, chorado, suado. Por isto, eu acreditei no empate até o último segundo, rezando para que santo Sava nos desse uma luz e poupasse os filhos de Lázaro, o mártir de Kossovo, de mais esta frustração. Mas onde quer que ele esteja, o rei Estevão Dushan está orgulhoso da sua raça (menos daquele cabeludinho filho-da-mãe, que perdeu um gol feito e que, pela cara, deve ter sangue albanês, comunista e ateu).
Neste momento estou na sala de aula, aplicando provas finais. Hoje respirei fundo e só reprovei um. Para quem acabou de ser eliminado da Copa do Mundo, estou calmo e piedoso...
Passei o semestre avisando: estudem o art.18! Os direitos autorais não necessitam de registro para serem exercidos ou respeitados!!! Mas quem me ouviu?
Agora, por falta de opção, só me resta torcer pelo Brasil...

sábado, 5 de junho de 2010

Tô "me achando" !!!

Quando minha filhota foi passar 40 dias na África do Sul, há dois anos atrás, eu preparei para ela duas miniaulas sobre Potenciação, para ela estudar à distância. Agora vi que a primeira delas já recebeu mais de 14.000 visitas e recebeu, nos últimos meses, comentários muito favoráveis. Para um professor de Direito que não manja nada de Matemática, tá muito bom. O link é o seguinte:
http://www.youtube.com/watch?v=iytnb09fcKA

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Três casais.



Uma coisa interessante nos longos relacionamentos é como a personalidade do casal evolui ao longo dos anos. Tem casais cujos gostos e manias vão se aproximando com o tempo e eles viram quase que um só (ou por afinidade, ou porque um deles é mais maleável). E aí podemos vê-los participando juntos e felizes de eventos relativamente "bizarros", como um triathlon ou um retiro espiritual budista. Em 95% dos casos, serão felizes até que a morte os separe.

Outras vezes, a personalidade do homem e da mulher evolui paralela, sem se tocar, sem se confundir, mas respeitando um ao outro. E aí vemos os dois de mãos dadas na sala, dividindo um pote de salgadinhos, cada um absorto no seu mundo. Ele lendo um livro e ouvindo ópera no seu MP3 player. Ela assistindo uma novela ou um programa de decoração. É um tipo de relacionamento que pode dar muito certo, desde que eles não virem irmãos.
Por fim, existem aqueles casais que, ao longo dos anos, vão se tornando cada vez mais diferentes. Adquirem novos gostos, novos amigos, novos interesses, excluindo um ao outro, até se transformarem em completos estranhos. Estes se divorciam ou se destroem eternamente.

sábado, 15 de maio de 2010

Sonhos ou Planos?

A filósofa Ada C. recentemente me disse: “Pior mesmo é se a gente troca os sonhos por planos... profissionais, pessoais etc.” Compreendo bem o que ela quer dizer, pois é o que tenho feito, impulsionado pela necessidade. Quase ao mesmo tempo a rainha Nefertiti twitava seu desejo em retomar o rumo de seus antigos sonhos.
A vida faz de nós o que quer, com algumas pitadas de ironia ou sadismo. No meu caso, deu-me coisas maravilhosas com as quais eu nunca sonhara (como ter filhos, por exemplo). Por outro lado, negou-me o sonho mais básico de qualquer ser humano (embora alguns não sejam capazes de defini-lo antes dos 30).
Não se pode ter tudo, me dirão. É verdade. E eu, especialmente eu, não tenho o direito de reclamar da sorte pois, mesmo quando esta me derrubou, foi para me colocar num plano mais seguro. Embora levado pelo destino em alguns momentos, sou o único responsável pelos meus fracassos. Mas o sonho que não realizarei... Ah! Como me pesa o vazio deste sonho!

domingo, 11 de abril de 2010

Dilma Roussef também não sabe falar

Em um discurso recente em Minas Gerais, Dilminha paz e amor mostrou mais uma vez sua capacidade de falar sem dizer nada. Dentre as pérolas daquele discurso (onde trocou até o nome da cidade onde estava), destaco dois parágrafos (os erros de português são da autora):

“Sem sombras de dúvidas, a casa é o lugar mais sagrado onde a gente tem condição de construir uma coisa que protege cada um de nós e que faz com que cada um de nós não esteja sozinho no mundo, é a primeira coisa que é a família”

“O presidente Lula foi o primeiro presidente que depois de mais de 25 anos, mais de 30 anos, voltou a tratar a questão habitacional como uma questão importante. No passado, trataram um pouco a questão habitacional como uma questão importante mas não fizero olhando os mais pobres, fizero olhando os remediados, uma classe média”.

Trinta anos, é? Então, ela concluiu que os últimos presidentes que se preocuparam com a questão habitacional foram os militares.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Lula admite o óbvio!

"Se eu tivesse ganho a eleição em 89, com a cabeça que eu tinha na época, ou teria de fazer uma revolução ou caía no dia seguinte..." (Em entrevista ao Estado de São Paulo).
Pois é... Lembro bem daquela eleição. Nunca a militância do PT se mostrou mais agressiva. No Rio de Janeiro, automóveis com adesivos de outros candidatos eram estapeados na praia de Copacabana por piquetes de lulistas enlouquecidos, que bloqueavam a avenida. Eu fui parado por um grupelho, perto da minha zona eleitoral, e sofri ameaças quando disse que tinha acabado de anular meu voto, no segundo turno. O muro de Berlim estava caindo e eles, no entando, não conseguiam tirar disto qualquer lição.
Se há algo de bom que eu possa dizer do presidente Lula, é que ele é bem menos tolo hoje do que em 1989. Já a Dilma Rousseff... Esta é um mistério, uma radical do passado sobre a qual nada sabemos. Vamos torcer para que, quando ela vier a se "abrir" na presidência, não seja uma caixa de Pandora.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Viagem a Cunha

Há muito tempo nas águas da Guanabara, quando as pessoas de bem ainda amarravam cachorro com linguiça, meu mano era oficial do Corpo de Fuzileiros Navais. Ano? 1993 ou 94, presumo. Recebeu a missão de escrever um artigo sobre a participação do CFN no ataque a Cunha, a partir de Paraty, durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Como todo Cunha que se presta, levou a coisa a sério e se apaixonou pelo tema. Queria examinar o local, para entender melhor o que se passara e conhecer um professor da região, que tinha um pequeno museu.
Recebeu para tanto um jipe, dois soldados, um detector de metais e ainda levou mão de obra barata (eu, minha futura patroa e sua 17ª noiva). Fomos muito bem recebidos na cidade, pelas mocinhas francesas, jovens polacas e por batalhões de mulatas. Com a ajuda do tal professor, descobrimos as linhas de trincheiras paulistas, que ainda são perceptíveis, embora o tempo as tenha deixado com poucos centímetros de profundidade. Usamos o detector de metais para explorar rapidamente estes locais e o ponto onde teria havido um combate, junto a um córrego. Encontramos um pedaço de fuzil daquela época e um leão de metal de meio palmo de tamanho. O leão, ao que parece, não tomou parte nos combates, mas, afirma, também não se acovardou. O artigo foi publicado e virou referência em um livro que trata de batalhas brasileiras. Foi, realmente, uma viagem bem interessante, dentre muitas que fiz naquela época saudosa em que a vida ainda me pertencia.

Mas faz muito tempo...